quarta-feira, 3 de julho de 2013 0 comentários

A Seleção

Muitas vezes, ao lermos um livro (ou trilogia, ou série) acabamos por não nos conectarmos apenas à história, mas também ao momento em que efetuamos a leitura.  Para mim, "A Seleção" ilustra muito bem esse caso. Assim que eu comprei os dois livros que já foram lançados (o terceiro, e último, será só em 2014), e comecei a lê-los, não consegui parar. Por conta disso, foi um final de semana voltado ao anseio de ler. 

Imaginem uma temporada intensa de chuva, acompanhada por um frio característico de inverno. Esse cenário é um convite para ficarmos em casa, embaixo das cobertas e, assim que o conforto se instaurar, abrir o livro e seguir para uma dimensão paralela: foi isso que aconteceu enquanto li "A Seleção".
Preciso pontuar que o primeiro livro não foi tão instigante quanto o segundo, simplesmente por não convencer o leitor acerca de todos os pontos da história. Tem-se a impressão de que América Singer, ao dizer-se convicta do que quer, muda de ideia muito rápido. Foi o caso da seleção [ processo característico em Ilhea (ex-Estados Unidos), um sistema monárquico que seleciona, assim que o príncipe estiver em idade apta ao casamento, 35 representantes para concorrerem ao cargo de princesa. Além disso, Ilhea é pautada em um princípio de castas (Um, Dois, Três ... até Oito). América é uma Cinco, mas está apaixonado por um Seis, detalhe que impossibilita o relacionamento dos dois, pois as castas são determinantes na escolha dos parceiros], em um dia, a protagonista estava convicta de que não se candidataria ao processo, mas bastou Aspen dizer que ela deveria participar, que o formulário foi preenchido. 
O término deles também ficou sem justificativa plausível. Nos costumeiros encontros às escondidas, America leva ao amado um banquete e ele a recrimina pelo gasto, sofrendo porque ele, por ser integrante de uma casta inferior, não teria como dar a ela uma vida como tencionava. Assim, do nada, eles terminam e ela segue para o Castelo, já que pouco tempo depois é selecionada como uma das concorrentes. 
Para sintetizar, notamos algumas lacunas na narração, como se os fatos expostos não nos convencessem. Até o encontro de América com o príncipe, Maxon, não nos dá subsídio para acreditarmos no que aconteceria. 
Mesmo assim, pela vontade de saber o que acontecerá, a nossa curiosidade nos leva adiante, ao segundo livro, A Elite. É ali que a escrita, o enredo e os etcs e tal começam a fazer muito sentido e a leitura fica irresistível: de uma garota, de certo modo ingênua, América começa a perceber que a corte esconde muitos segredos. A trama, em suma, engloba a evidenciação desse olhar crítico da protagonista, mas também um triângulo amoroso: América fica entre Maxon, o princípe encantador [porém que está em processo de seleção da princesa) versus Aspen [que surge no castelo como um dos guardas]. 
Quando finalizei A Elite, veio à minha cabeça uma infinidade de pensamentos quanto à continuação da história. É no terceiro livro que a protagonista arquitetará um plano para chegar à coroa (e provar a Maxon os seus sentimentos) a fim de mudar Ilhéa, além de desvincular-se do rei (soberano que a detesta).
Enfim, A Seleção me proporcionou bons momentos. Toda vez que lembro da história, penso em como o clima estava propício à leitura. Incrível: todo livro traz uma história, mas nós também o marcamos na memória pelo momento em que o lemos.


sexta-feira, 31 de maio de 2013 0 comentários

Beijada por um Anjo


   Inicialmente, "Beijada por um Anjo" era para ser uma trilogia. No entanto, pelo sucesso que fez, a autora expandiu a história e tornou-a uma série (é para ter 6 livros).
        A série começa a engrenar apenas no terceiro livro, assim o leitor que não passar pela prova de fogo, que é o primeiro livro, não se defrontará com uma das histórias mais diferentes já escrita. 
     Como já comentei, o primeiro volume nos conduz a uma angústia enorme: Ivy, uma adolescente apaixonada pela crença de que anjos existem, acabara de perder o namorado, Tristan, em um acidente. Que história começa com a perda de um dos protagonistas? E o pior: qual será o rumo a ser tomado, afinal sempre esperamos uma história de amor em que os dois envolvidos possam se tocar, se ver?! Isso deixou-me intrigada logo de início.
     Com o fluir das páginas, percebemos que o acidente fora premeditado por alguém e que não era, em momento algum, para levar a vida de Tristan, pois a vítima deveria ter sido Ivy. Além disso, em um retrospecto, descobrimos como a protagonista envolvera-se com Tristan e como eles começaram a namorar.
      Para a nossa surpresa, Tristan descobre-se em uma realidade paralela... ele vê tudo o que o circundava, inclusive Ivy, mas ninguém o vê. Logo, ao conhecer alguém que está na mesma posição que ele, descobre que para seguir em frente é necessário que cumpra uma missão, algo que ficou inacabado e tem a ver com a namorada. No terceiro livro, temos a falsa impressão de que a missão fora cumprida e que Ivy voltara a se apaixonar, agora por Will (um cara muito parecido com Tristan). Profundo engano! O quarto livro anuncia que tem muita história pela frente!
      Até o momento, li até o quinto volume. Aguardo, ansiosa, adquirir o sexto e elucidar os desfechos finais. No entanto, pelo que pude perceber, o livro ainda não foi lançado.
     Algo diferente na parte estética do livro é a fonte da letra: bem delicadinha e minuciosa (trecho presente no livro 1, página 39):


    Enfim, "Beijada por um Anjo" é uma série que me agradou. Não é a melhor que eu li, porém tem um espaço reservado entre as melhores.
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Fazendo Meu Filme: uma série encantadora


Tem histórias que não saem da nossa cabeça... é como se a potência delas fosse tão intensa que nos sugasse para um mundo paralelo. Pensei muito nisso enquanto li a série “Fazendo meu Filme” de Paula Pimenta.

Essa coleção ajudou-me a desfazer o olhar preconceituoso que eu tinha para com a escrita de best sellers nacionais... sempre supus que as histórias que vinham de fora eram mais atrativas do que aquelas escritas aqui. Quando encomendei o primeiro livro, pela internet, fiquei receosa para saber se, de fato, eu gostaria de me dispor à essa leitura.
O primeiro convite que tive foi a capa, lindíssima! O segundo foi a forma irreverente como os capítulos começavam: a transposição de uma fala de um filme que tinha correlação com os acontecimentos do capítulo. Ideia super original! Na 3ª página de “A estrei de Fani" já estava seduzida pela história narrada pela protagonista.




Ilustrando o início dos capítulos (obs.: A citação do filme abaixo, que acontece na página 240 de "A estreia de Fani" é a que mais me encantou):


Brian: Sabia que a aparência das pessoas muda conforme você as conhece? Como uma pessoa atraente, se você não gosta dela, se torna feia? Ao passo que alguém que você talvez nem tenha notado, para quem não olharia mais de uma vez, se você ama essa pessoa, ela pode se tornar a coisa mais linda que você já viu? (Feito cães e gatos). 

         Lembro com exatidão que à medida que o fim se aproximava foi me dando uma ânsia enorme de ter o 2º livro em mãos. 99,9% dos livros que compro são via internet, pois amo o preço e a expectativa da chegada – abrir a caixa e me deparar com as capas é uma sensação maravilhosa!
No entanto, nesse caso, não aguentei mesmo e fui até a livraria da minha cidadezinha e adquiri o segundo livro – "Fani na terra da Rainha". Assim que findei o primeiro, peguei uma ponte imediata para o segundo. No mesmo final de semana, como viajei para Curitiba, dei uma passada em um shopping e comprei, para a minha alegria, os dois títulos que completam a saga de Fani. Senti-me plena ao ter em minha estante os 4 livros.
Percebo que, em uma série, é o primeiro livro que nos convida a querermos ler os que vem em sequência. Cada parágrafo lido incentiva-nos a confiarmos na escrita do autor. Hoje tenho a certeza de que tudo que a Paula Pimenta escrever tem qualidade e não pensarei duas vezes caso decida comprar outras séries escritas por ela. Andei vendo um vídeos e constatei que o projeto dela é dar corporeidade a coleções que falem sobre música, literatura e a seriados, bem no estilo de “Fazendo meu filme”. Assim, já temos à nossa disposição de dois volumes de “Minha vida fora de série”, a qual tem como foco os seriados.
Por que ler “Fazendo meu filme”? – A série diz-nos muito sobre intercâmbio e se baseia na evidenciação de dados/informações que condizem com a realidade. Outro ponto é o quanto as personagens têm vivacidade: Fani, Leo, Christian, Gabi, Natália (e tantos outros!) fazem-nos acreditar que eles existem e que, caso decidamos ir para Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Los Angeles (EUA) e Brighton (Inglaterra) vamos esbarrar com algum resquício de algum deles. É uma sensação indescritível. Os filmes (DVDs) também têm uma magnitude enorme na trama, tanto que a personagem principal, baseando-se na paixão que nutria pelas comédias românticas oriundas das telas de cinema, tornou-se uma cineasta.
O fator emocional também tem grande peso na história: a torcida para que a Fani e o Leo fiquem juntos é grande e faz com que, mesmo ao fecharmos o livro, continuemos pensando na história.
          Para finalizar, toda vez que a Fani assistia um filme, ela atribuía à história e à produção um dado número de estrelinhas. Ao terminar a leitura da saga, sinto-me impulsionada a dizer que ao enredo delego uma constelação.
        Mágico, fascinante, brasileiro: Fazendo meu filme é composto por essas e muitas outras partículas!
 
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